Pois bem, no quesito vinhos, tem uma série de regras que uma vinícola precisa seguir para ganhar o selo de orgânico, mas não é este o foco deste post. Meu objetivo hoje é falar sobre um estilo de produção: os vinhos laranjas.
Eles, em sua grande maioria, são considerados orgânicos e, apesar de estarem na moda, não têm nada de modernos, são elaborados a partir de um método ancestral de produção de vinhos em ânforas feitos sem sulfito e com as leveduras da própria uva.
Mas o que, especificamente os distinguem dos demais?
Eles são elaborados com uvas brancas - até ai nada de novo - só que na hora da vinificação eles são feitos da mesma forma que os tintos, ou seja, em contato com as cascas. São elas as responsáveis pela tonalidade laranja.
Outra diferença deles para os brancos convencionais é que possuem tanino (pois ele está na casca da uva). Aliás, isso é uma coisa bacana de falar, vinhos brancos - elaborados da forma tradicional - não possuem taninos.
Os vinhos laranjas têm uma complexidade de aromas bastante interessantes. De modo geral, apresentam notas minerais, frutas cítricas e flores. Na boca possuem um corpo bem denso, com uma certa cremosidade. Agora, sejamos sinceros, eles têm um quê de oxidado e de resina que não são comuns ao nosso paladar e podem causar estranhamento.
Vamos ao que eu experimentei semana passada.
O De Martino Muscat Viejas Tinajas 2015 é um vinho incrível com bastante presença em boca. Ele é encorpado - para um vinho branco - com uma acidez bem marcante. Aromas de laranja em compota com notas tostadas e um belo toque de resina. Na boca, confirma o nariz e acrescenta um quê de oxidado.
Quando falo em um vinho incrível, falo pela experiência que ele proporciona, acredito que todo mundo tem que provar um vinho laranja na vida, mas pra ser honesta no dia a dia eu gosto mesmo dos brancos tradicionais, leves e cheios de frescor.
Gosto é gosto e ponto final. Saber o que o vinho tem que apresentar é uma coisa, gostar dessas características é outra. Prove, entenda, mas não se sinta obrigado a apreciar. O importante é a gente conhecer coisas novas e ir entendendo o que nos faz mais feliz.
Santé!
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