Achei a ideia do evento muito boa, conversar e aprender sobre vinhos é sempre importante, ainda mais num país como o nosso, que as vezes peca por não querer enxergar o que precisa ser mudado.
Dentre os diversos tópicos abordados nas palestras e degustações algumas coisas me chamaram a atenção, vamos ver se consigo fazer um resumão de tudo que gostei.
Para começar a frase mais legal de todas foi dita pelo Sérgio Queiroz, sócio-diretor da BacoMultimidia: "Porque a gente não vende Clericot ou Sangria nos nossos 8 mil Quilômetros de praia?" Super concordo com o questionamento dele, afinal, se uma boa parte do consumo de Whisky e Vodka é através de drinks, qual o problema em consumir o vinho da mesma forma? A gente fica com várias definições de vida e preconceitos que não nos levam a lugar algum, aqui mesmo no Blog já fiz vários post sobre drinks com vinho, e ainda tenho outros tantos em mente... A gente precisa aumentar o consumo de vinhos no Brasil, e PONTO.
O Charme do Clericot
Verão, drinks e alegria
O fato de buscarmos cada vez mais qualidade para competir diretamente com rótulos famosos é sim importante, mas seria esse nosso maior foco agora? Nosso maior desafio é aumentar o consumo de vinhos no país. Quem começa a beber vinho começa por produtos mais "fáceis", aqueles vinhos das linhas de entrada das vinícolas, capazes de fazer o paladar de quem nunca bebeu vinho se acostumar com o prazer de degustá-los.
Outra luta importante que enfrentamos são os impostos pagos por uma garrafa de vinho até chegar à mesa do consumidor. Segundo Carlos Cabral, o Brasil é um dos poucos países no mundo que não considera o vinho alimento, e mesmo que fosse considerado bebida alcoólica, se tivesse o imposto da cachaça o problema já seria 25% menor, visto que o destilado em questão paga 40% de impostos enquanto o vinho para 65%, justo? Não né, mas isso é Brasil, e se não nos organizarmos e lutarmos por melhorias, assim continuará sendo nosso mercado.
E claro, a parte mais legal do evento, na minha opinião, o Challenge Brasil x América Latina às cegas. Degustação que colocou vinhos brasileiros para competir com argentinos e chilenos. O resultado: BRASIL no primeiro e segundo lugar! Fiquei muito feliz com o resultado, até porque adoro o pessoal das vinícolas que ganharam a competição.
Em primeiro lugar, o Lote 43, da Miolo, é um vinho encorpado, equilibrado, com taninos macios. Super estruturado, capaz de encantar o paladar de grandes amantes do vinho.
Em segundo lugar, o DND 99, da Pizzato, é um vinho igualmente equilibrado, com uma boa persistência e uma grande presença de sabor, corpo e volume.
Na sequência ficaram o chileno Max Reserva, o argentino Kaiken e o, também argentino, Clos de los Siete.
Enfim, o evento foi super positivo, apesar de achar que poderia ter havido menos palestrantes e mais tempo para debates. Aliás, isso é uma crítica super construtiva, pois assim como eu várias pessoas gostariam de ter sugado um pouco mais dos palestrantes, o que não ocorreu por falta de tempo.
Parabéns à Exponor e à CH2A pela organização do evento e parabéns ao IBRAVIN por investir em discussões que tem muito a contribuir para o futuro do vinho no Brasil.
Santé!
Achei particularmente interessante o seu ponto de vista sobre a questão tributária imposta sobre o setor vinícola. Não faz mesmo sentido uma carga tão elevada ao vinho sendo que uma aguardente tem menor carga, e muito menor. De qualquer forma, achamos o WineIn um evento muito interessante, reunindo em SP produtores e especialistas do mundo do vinho do Brasil e do Exterior, tratando do assunto com seriedade, em seus mais diversos aspectos, como legislação, comércio exterior, marketing e outros aspectos. Para nós da Millennium Traduções foi uma grande satisfação participar com a tradução simultânea deste evento que com certeza contribuiu para o setor vinícola do Brasil.
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