Masterclass de Vinhos do Porto com Alexandre Lalas

Mais uma vez tive o prazer de participar de uma aula ministrada pelo Alexandre Lalas, jornalista do mundo do vinho que tem uma didática maravilhosa. Quando Lalas fala sobre Portugal é impossível a gente não ficar focado e se apaixonar, pois seu conhecimento é tanto que consegue passá-lo com uma naturalidade que facilita o aprendizado.



A Masterclass foi organizada pela Sbav-SP em parceria com o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, através da Essência do Vinho
Na oportunidade pude aprender várias curiosidades relevantes sobre o assunto. 
O Vinho do Porto completará, em 10 de setembro próximo, 263 anos. Eles foram a primeira região demarcada e delimitada de vinhos no mundo. Em 2001 passou a ser considerado patrimônio mundial pela Unesco
A partir de 2011 os Vinhos do Porto ganharam mais qualidade, pois passou a ser permitido utilizar aguardentes de mais qualidade, desde que passassem pelos critérios estabelecidos pelo Instituto - que é o grande responsável por todas as nomenclaturas e classificações de Vinhos do Porto e Douro.



Essas classificações, Rubi, Tawny, Colheita, Vintage, você pode encontrar num post que eu fiz após ter terminado o Master of Port há uns anos. 
Um fato histórico que me chamou atenção foi que quem trouxe a solução da "enxertia"  para o Porto, logo após a praga da Filoxera foi uma mulher. Dona Antônia
Por isso, dentre os 11 vinhos que degustamos escolhi começar falando deste ícone.



O Dona Antônia Reserva Tawny é um vinho equilibrado que combina tanto com uma sobremesa quando com uma tábua de frios bem elaborada. O vinho passou por 7 anos de barrica de carvalho e isso resultou em aromas de frutas maduras com notas de especiarias e um toque de frutas secas. Na boca é um vinho encorpado, doce, com uma elegância digna de um Tawny de qualidade. 

Já o Taylor's 20 anos é um vinho que apresenta uma evolução maior na complexidade dos aromas, mostrando mais frutas secas e notas de madeira. Na boca é super aveludado e com uma presença maravilhosa e equilibrada. Harmoniza muito bem com sobremesas delicadas, mas também pode ser um par perfeito para um churrasco com uma carne assada lentamente, ou no estilo costelão 12 horas ou no estilo dry aged. 



O outro vinho que selecionei para falar, dentre os 11 que degustamos, foi o Duorum Porto Vintage 2007. Primeiro porque gosto de degustar vinhos de safras mais antigas pensando em como era a minha vida na época. Em 2007 eu estava morando em Porto Alegre, trabalhando num projeto muito bacana onde fiz amigos que duram até hoje. 
Mas falando do vinho, ele apresentou  aromas intensos de frutas pretas maduras, com destaque para ameixa e cassis, além de notas balsâmicas e um toque de madeira. Na boca é encorpado, com bastante volume e um toque aveludado. Ele pode ser servido como sobremesa acompanhado de um pedaço de queijo gorgonzola.



Para terminar queria falar um comentário que o Lalas compartilhou conosco sobre harmonização.
Um vinho do Porto 10 anos é traduzido na palavra "frescor" e combina perfeitamente com um churrasco leve. 
Já o 20 anos seria a palavra "equilíbrio" e harmonizaria muito bem com um churrasco dry aged. 
Um 30 anos se define com a palavra "concentração" e harmoniza com um charuto de qualidade. 
Por último o 40 anos seria a palavra "meditação" e harmonizaria com uma boa companhia. 

Esta Masterclass com certeza está entre as coisas que não pretendo esquecer nessa vida. 
Muito obrigada Alexandre Lalas pelo conhecimento passado, a Sbav-SP pela oportunidade e a Essência do Vinho por disseminar as belezas dos vinhos portugueses para nós brasileiros. 

Santé!

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