Quinta do Alqueve Touriga Nacional /Syrah 2003.

Queria começar contando uma história, que já contei por aqui. 

Uma vez eu vi um documentário de desastre de aviões, nada a ver com vinhos, mas que ao ser entrevistado, um dos sobreviventes dá uma resposta que me fez questionar minha adega.

Pergunta: O que mudou na sua vida após o acidente?

Resposta: Que na minha adega só tem vinho comum, os especiais eu tomo. 

Todos nós, que amamos vinhos, guardamos certas garrafas para "um dia especial", mas que dia especial é este, afinal? 

Eu sei que não da pra sair abrindo vinho especial todo dia só para comemorar que estamos vivos... mas sim, podemos abrí-los em momentos especiais do nosso dia a dia. 

Não, não é a mesma coisa. 

Depois da pandemia, estar com meus pais - que sempre foi especial pra mim - ganhou outro significado, agora toda vez abrimos um desses "vinhos especiais" da minha adega.

Hoje vou falar sobre o Quinta do Alqueve Touriga Nacional /Syrah 2003. Um vinho que é referencia quando falamos em Ribatejo. Por ser um vinho com quase 20 anos, foi preciso deixá-lo respirar um pouco, neste tempo os aromas abriram e ganharam uma complexidade linda. Muita fruta vermelha com destaque para amoras e morangos, com notas bem presentes, provenientes da madeira. Na boca, ainda resta uma certa acidez. Os taninos muito macios, mas já perdendo a força. 

Acho que fiz bem em abrir. Porque tem isso também: as vezes a gente espera, espera para abrir um vinho e, quando abre, ele já passou do seu ápice de amor. Quem nunca? 

Enfim, para encerrar queria compartilhar a lua da noite em que experimentamos este vinho. Em Vinhedo-SP, porque aqui na cidade de São Paulo é bem difícil ver a lua com tanta intensidade.(foto feita com celular) 

Santé!






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