Vinhos do Alentejo

Sou gaúcha e como todo gaúcho aprecio muito a tradição, mas não fecho os olhos para as mudanças, principalmente quando elas são para melhor. 
O que isso tem a ver com os Vinhos do Alentejo? Tudo! 



Tive o prazer de assistir mais uma palestra do Rui Falcão, grande conhecedor dos vinhos portugueses. Na oportunidade falamos justamente isso, o porquê do Alentejo ter vinhos inovadores, sendo que o restante de Portugal é super conservador.



Durante a ditadura de Salazar, foi determinado que no Alentejo não se plantaria mais videiras e sim grãos, apenas poucas vinhas permaneceram por estarem em solos pouco férteis, incapazes de produzir outra coisa que não uva. Quando a ditadura acabou, pessoas de todos os ramos começaram a investir em vinícolas e a cultivar todo o tipo de uvas até entender as que melhor se adaptavam a região.
O Alentejo tem uma grande variedade de uvas, tanto portuguesas como internacionais, e por isso a forte tendência em fazer vinhos de corte. 
Estes vinhos captam o que cada uva tem de melhor, buscando sempre o equilíbrio entre aromas e sensações. 
Dos cortes que degustamos, neste dia, os que eu mais gostei foram: 



O Tinto de Talha - grande escolha 2009, da vinícola Roquevale. O vinho mistura a rusticidade e cor do Alicante Bouchet, com os taninos macios e a fruta da Touriga Nacional. O aroma apresenta um toque de defumado, tabaco e terra. Na boca se mostra elegante e intenso, com taninos que chegam a amarrar a boca por instantes, mas que em seguida apresenta um final agradável e fresco.



O outro vinho que gostei bastante foi o Dona Maria Reserva Tinto 2008. Um corte de Alicante Bouchet, Petit Verdot e Syrah. Este já é um clássico caso de mistura de uvas portuguesas com uvas internacionais. O corte é fantástico, pois o Alicante Bouchet entra com a cor e rusticidade, enquanto a Syrah entra com as frutas negras intensas e a Petit Verdot com a elegância e suavidade. Ele apresenta aromas de chocolate, balsâmico e um toque de defumado. Na boca se mostra elegante, intenso e com um final equilibrado e saboroso. 


Enfim, beber um vinho em casa para relaxar tem seu valor, mas para quem curte aprender como eu, degustar escutando um especialista é uma oportunidade que não se pode perder. Por isso, fico sempre de olho na agenda do Rui Falcão aqui no Brasil.
Que venha a próxima aula.
Santé!

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