Quando me mudei para Porto Alegre, em 2003, eu amava Carménère chileno, era o meu "queridinho". Toda vez que ia ao Uruguai, na volta comprava caixas e caixas no freeshop para guardar na minha adega, que na verdade era a parte de baixo do guarda-roupa. Isso não é mais a minha realidade, aliás hoje moro em São Paulo, tenho uma adega de verdade e nunca compro caixas e caixas do mesmo vinho. Isso porque percebi que experimentar coisas novas me traz alegria.
Pois bem, fui num almoço, da importadora Cantu, para a apresentação dos vinhos da Viña Ventisquero, do Chile.
A degustação 'As 15 colheitas da Viña Ventisquero', foi uma super experiência. Pois além dos vinhos, tivemos uma verdadeira aula com o enólogo da Vinícola Felipe Tosso.
Na oportunidade, é claro que provamos Carménère, mas a degustação poderia ter tido o nome de 'O Chile é muito mais que Carménère'. Aliás, meus três preferidos são a prova disso: um Pinot, um Syrah e um Chardonnay.
Não vou falar em preços, mas todos os vinhos que provamos na degustação são vinho que eu costumo classificar com para uma ocasião especial.
O Herú Pinot Noir é uma delícia. Um vinho capaz de encantar até mesmo quem não gosta de vinho. Após 15 meses em barrica ele apresenta aromas de frutas vermelhas, com notas de especiarias e um leve toque mineral. Na boca é elegante, envolvente e saboroso. Um verdadeiro carinho.
Já o Pangea é um Syrah extremamente intenso, mas também não perde a elegância. Tivemos uma breve vertical degustando o 2004, 2007 e 2011. Foi uma experiência bem bacana perceber as sutis diferenças entre eles. Mas para o mundo real certamente qualquer um dos três é perfeito. Após 20 messes de barrica ele apresenta aroma intenso de frutas maduras, notas de tabaco e pimenta e um leve toque de cacau e madeira. Na boca é saboroso e com taninos intensos e muito equilibrado.
Por último a sensação: o Tara Chardonnay. Um vinho diferente que é um verdadeiro espetáculo. Já começa no visual que não é límpido, como estamos acostumados, causa um estranhamento e uma curiosidade que nos leva a prestar mais atenção na hora de degustá-lo. Aromas de frutas amarelas, lembrando caju e damasco. Na boca é daqueles vinhos cheios de sabor, fresco, intenso e estruturado.
Mas é bom ter cuidado para não beber demais, pois não representa na boca os 13% de álcool que tem.
Enfim, cresça, evolua, descubra coisas novas, mesmo que continues amando o tradicional. Afinal de contas, na nossa vida tem espaço para tudo, seja Carménère, Pinot Noir ou a uva que for.
Santé!
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