Meu primeiro vinho de guarda.

Pois é, estava há um tempo com uma garrafa super especial na minha adega. Era um Barbera D'Alba de 1979, ano em que a sonda espacial norte-americana chegou à Júpiter, o Internacional foi campeão invicto do campeonato brasileiro e eu nasci.





Pensei muito no dia certo para abrí-lo e nenhuma ocasião parecia especial o suficiente para harmonizá-lo. Foi então que escutei a entrevista de um sobrevivente de um acidente de avião que quando questionado sobre o que mudou em sua vida a resposta foi: "mudou que agora só tenho vinho mais ou menos na minha adega, pois os bons eu bebo".



Achei sensacional a resposta e decidi que abriria a minha garrafa especial na primeira oportunidade em que estivesse com as pessoas que mais amo na vida: meus pais, meu irmão e meu namorado.
Pronto, abri quando eles vieram a São Paulo ver o GP Brasil de Fórmula 1. Nada mais excitante e perfeito.



O bico da garrafa estava incrivelmente seco, sujo, com um tipo de sebo que se formou com o tempo.
A rolha partiu, claro e estava toda consumida pela bebida divina.
Depois foi a vez de usar o decanter, pela primeira vez pela finalidade certa.
Depois de descansado, chegou o grande momento de degusta-lo. Estava com aromas de vinhos de guarda. Complexos com notas oxidativas e um toque de algo que me lembrou éter. Na boca, os aromas se confirmaram, o vinho ainda apresentava acidez que garantiria sua vida por mais um tempinho.



Aproveitei para abrir um Barbera DÁlba jovem, o Socré. O vinho era pura fruta, com uma cor vibrante e um sabor contagiante, mais comum ao nosso paladar.
Foi um experiência incrível e inesquecível.
A garrafa vai virar um quadrinho. Agora estou à procura de um marceneiro...
Santé!

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